sábado, 17 de dezembro de 2011

Sem inspiração pra escrever ...

 
Eu matava quem inventou esta coisa de inspiração pra escrever. Nada a ver vir coisas a sua cabeça, e frases prontas e textos inteiros sobre coisas que não te interessam mais, só porque é isso que te inspira. Queria escrever sobre política e a crise mundial. Talvez algo sobre esporte e religião. Mas aí eu teria que ter conhecimento, estudar um pouco mais e adquirir fundamentação teórica. Falar sobre aquilo que se sabe é bem mais fácil, é bem mais tranquilo e geralmente fica bem mais coerente. 

Vinícius escolheu o amor, Fernando escolheu o amor, Caio escolheu o amor e Clarice escolheu o amor. Muitos deles contaram vitórias e a compatibilidade dos sentimentos, mas estes textos ou poemas nunca fizeram ou inspiraram histórias e muito menos consolaram pessoas. O que sempre ganhou as páginas dos livros, os suspiros dos apaixonados e o entendimento da maioria dos corações, foram os versos trágicos do amor não correspondido e do sofrimento diante do mundo. O sofrimento, a solidão, a carência e a desilusão diante das coisas, das pessoas e  do mundo, são inspiradoras. Momentos de alegria e contentamento, geralmente são coisas que não dá pra  por no papel; não da pra materializar nas palavras: é transcendente demais. É abstrato demais. 

Me dá vontade de escrever com frequência, e as vezes pode ser que me julguem melancólica e mal amada. É o que penso quando leio meus autores preferidos. Sempre os vejo como pessoas caóticas que não entenderam o funcionamento do mundo; que amaram demais e não foram compreendidos. (Aqui, eu não vou falar de correspondência - porque muitas vezes se ama e é correspondido, mas ainda assim não se é compreendido. - Pra compreender o amor de um poeta, só sendo outro. Ou um louco e insensato). Os poetas sempre esperaram mais do mundo e das pessoas, e estes nunca atenderam suas expectativas. 

Não sou melancólica, muito menos mal amada [risos]. Confio no meu taco; "já amei e fui amada, já fui amada e não amei, e também já amei e não fui 'compreendida' =/ ". Só que falar de noites de festa e de ‘pegação’ não é tão inspirador quanto aquela história de quando você se matou por alguém e fez tudo que podia pra poder dar certo. Já publiquei aqui no blogue fatos reais da minha vida e detalhes do meu relacionamento frustrado. Já escrevi sobre o meu medo do fracasso e não ser ninguém na vida, (já escrevi e não publiquei, sobre a minha psicose e a minha necessidade de um analista). Mas agora minha vida está tão nos eixos que eu não tenho mais inspiração pra escrever. Fiz dos meus textos uma mistura da "Tabacaria", da "Hora da Estrela", do " Soneto da separação"... e me recusei a  encontrar o caminho pra "Pasárgada". 

Com vontade de escrever, e totalmente perdida. Alguém tem alguma dica, ou sugestão pras próximas publicações?!
- considerarei todas e ficarei muito agradecida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário