domingo, 3 de agosto de 2014

Por muitas vezes achei que a vida era feito um círculo: uma caminhada de progresso, mas, que hora ou outra, me remeteria de volta aos mesmos lugares. Hoje enxergo a vida mais retilínea do que jamais enxerguei.

Não sou eu tão boa pra falar de geometria, talvez eu me perca na metáfora enquanto escrevo, e para as minhas confusões eu peço licença e perdão, meu caro leitor. Peço que talvez releia do começo, e que coloque em ti, olhos de quem vê, pouco a pouco, pequenos círculos se fecharem atrás de si.

Não que o ponto final de uma etapa seja sempre ruim. De alguns círculos, porém, sentirei  uma eterna saudade.

Várias vezes na vida sentimos que etapas se encerram, que barreiras são vencidas e que o horizonte se torna convidativo e instigante para novas batalhas e novas conquistas. Algumas vezes saímos destas batalhas heróis, mas em outras, no entanto, nós saímos derrotados. Nestas duas últimas semanas passei por duas guerras: de uma saí em glória, na outra, tiraram um pedaço de mim.

Os almoços de domingo não serão mais os mesmos, nem as violas emitirão o mesmo som. Aquele “beijinho doce” vai ficar cada vez mais tristonho, ao perceber que agora falta um anjo de mãos postas em frente ao altar singelo da sala pequena. E talvez, em preces, eu me perca, ao me dar conta de que paulatinamente vai se esvaindo de mim, o meu destino regresso.

É tão gostoso saber pra onde ir. Mais gostoso ainda é saber pra onde voltar. Acontece que chegará um dia que o destino da volta não será mais o mesmo da partida e, então, você perceberá que a única coisa que lhe restará será seguir em frente.


- Marina