terça-feira, 15 de novembro de 2016

Venha cá, ainda preciso falar de você!


No último domingo me perdi por um bom tempo ouvindo algumas reflexões do Pe. Fábio de Melo, no Youtube. Eu gosto de me espiritualizar as vezes. E isso é muito importante! Quase nunca tiramos tempo para meditações e reflexões, e isso vai fazendo da gente uma máquina imbuída em rotinas humanas.

Uma das palavras do Pe. Fábio, isto posto, me chamou a atenção e me remeteu a você...

Ele contou a história da Tia Ló, uma senhora que o incentivou a ser padre. Que lhe encorajou a abandonar a casa dos pais e a arriscar-se na vida, uma pessoa que, sabiamente, o Pe Fábio disse: “me expulsou de mim”.

Eu não estarei falando bobagem nos próximos parágrafos, leitor. Mas, vai ficar meloso, então, se não quiser ler “nhenhenhe”, pare por aqui. Eu não vou falar de coisa passageira, e nem é daqueles textos que contam de uma paixão que passou. Será um canto de agradecimento a quem mudou a minha vida e “me expulsou de mim”.

Quem me conhece há vários anos, e mesmo aqueles que me conhecem há pouco, mas, já ouviram as minhas histórias (É, eu falo muito!), sabe que nem sempre fui centrada nas minhas metas. Eu era um pouco confusa e por vezes me perguntava se havia feito a melhor escolha.

Minha primeira opção de faculdade foi jornalismo, porque eu adorava escrever, falar e investigar. Bom, não passei no vestibular. Para não ficar “atrasada” em relação aos meus, decidi fazer Letras por um período – até o próximo vestibular, talvez – para melhorar minha escrita, minha fala e meus idiomas.

O tempo passou e eu me apaixonava por esta coisa de escrever cada vez mais. Amadora que só, mas, quem se importava? Não queria ser professora. Não! Isso de jeito nenhum! (Bobagem né?! Mas não vamos falar de valorização política porque este não é o foco.) Não queria ser professora... a faculdade estava acabando e o Jornalismo não era mais sonho nenhum... era um passado distante e não me fazia mais suspirar.

Aí saí das Letras e fui parar nas Leis. Aquela, indiscutivelmente, era a faculdade para mim. Meu lado encrenqueiro aflorou de uma vez e eu me achava “demais!”.

Entrei na faculdade de Direito por causa do Direito Penal e porque acreditava naquela fantasia da mulher maravilha. Mas, logo no primeiro ano comecei a estagiar no departamento jurídico de uma instituição financeira. Não tinha nada a ver com a minha proposta de curso, mas, era uma boa oportunidade de aprender e de pagar minhas contas.

Os anos se passaram, o estagio acabou, veio a contratação, logo, logo a primeira promoção e com três anos de empresa, a oportunidade de ser gestora do departamento. Era de mais para mim. Eu tinha 24 anos, não havia me formado e tinha uma responsabilidade enorme nas mãos.

Fui levando aos trancos e barrancos por quase um ano. Esforçando-me. Esquecendo-me do horário. Esquecendo-me da faculdade, da família, dos amigos e de mim. Mas, precisava dar conta daquilo ali. A qualquer preço!

Li algumas coisas sobre liderança. Tentava me amoldar na melhor forma. Meus liderados gostavam de mim: eu era uma “chefe” legal! Contudo, me faltava alguma coisa e eu não sabia o que era. Eu entregava meu trabalho em dia, da forma como havia aprendido. Quase nunca tinha erros, porque sempre fui perfeccionista com tudo. Mas, ainda faltava alguma coisa.

É sua última chance de parar, leitor!
(...)

No dia 06 de Agosto de 2015 eu tinha uma viagem de trabalho agendada. Meus diretores haviam me pedido para acompanhar uma plataforma “piloto” que estava sendo testada em uma das instituições do Sistema para trazê-la para a nossa instituição.

Você estava lá, perdido naquele arsenal de barba. Charmoso. Sem tempo. Estressado. Cheio de compromissos e tendo que perder dois dias com uma loirinha do interior.
Ele só tinha 25 anos, leitor. E na posição que estava poderia ser meu chefe. Foram dois dias de trabalho intenso. Muito aprendizado. Toda a minha tagarelice se calou. Eu precisava ouvi-lo falar. Fui me apaixonando por cada número, cada índice, cada relatório e por todas as outras frações de inteligência que me subconsciente foi capturando.

Quando voltei ao trabalho dois dias depois, nada mais era igual em mim. Alguém tinha me tirado da zona de conforto. Me dado uma sacudidela no ombro e me expulsado de mim.

Depois de dois dias de convivência, entendi que o que sobrava em mim era medo e o que faltava em mim era voz.

Não adiantava ser uma líder legal e compreensiva, ser uma funcionaria dedicada, pontual, se eu tinha medo de falar e agir. Em uma posição de liderança, não só o seu liderado deve te ouvir, o seu líder quer te ouvir.

Ele me disse: “Marina, se eles te deram um cargo de liderança eles querem que você lidere. Querem que você inove, que você crie, que você busque coisas novas e que você se expresse. Caso sua opinião seja diferente da opinião do seu líder e você tenha argumentação para defender seu ponto de vista, fale! Seu líder quer te ouvir!”

Não sei se eu o respondi, leitor. Meu coração e minha mente estavam se fazendo de durões para manter a compostura e não deixar vazar aquele sorriso maroto que você sabe qual é; ou aquele suspiro de “Meu Deus! Eu vou ficar aqui para sempre!”.

Ele continuou: “Não é você quem tem que questionar sua idade! Eles não se importaram com isso quando te deram a oportunidade e você, também, não deve se importar se quiser continuar onde está!”.

Ainda bem que existe tecnologia e hoje posso dizer, leitor, que ele é meu amigo no whatsapp (aquela intervenção de “uaaau que bo$t@”, porque sei que não é esse o final que se espera dos romances. Me desculpe, mas vou decepcioná-lo e se você não parou lá em cima, pode parar agora.) Eu só precisava escrever esta história, leitor, porque, sempre quis poder dizer como me sentia a ele. E precisava que ele soubesse que foi um divisor de águas na minha vida.

Depois que o conheci, passei a ter voz. Recebi um, dois, três aumentos. Depois recebi uma proposta de emprego em outra cidade para fazer exatamente aquilo que ele me ensinou a fazer.

Hoje estou vivendo a minha melhor fase. Não só profissional, mas, de amadurecimento pessoal . Eu queria tanto que ele soubesse que só sou tudo isso por ele.

Fui convidada esses dias para ministrar uma palestra. Fiquei pensando se posso citá-lo como citaria Seneca ou Platão. Ainda não terminei minha pauta. Acho que posso encaixá-lo ali em algum lugar.

Fato é que nem sempre ficamos com os amores das nossas vidas. E talvez ele nem seja o amor da minha vida. Mas, é alguém que, indiscutivelmente, precisava ter passado por ela.

(...)
Você foi um instrumento de Deus, para me direcionar o melhor caminho! E nem que eu escrevesse dez páginas ou mil textos, eu conseguiria expressar o quanto eu sou grata a você.

Não tinha te falado da palestra ainda! Demais, não é?!

Obrigada por tudo!
(...)
Decepcionei-me com o Direito Penal (mas isso é assunto para outro texto, leitor), estou extremamente feliz com as minhas escolhas.

Após ser “expulsa de mim”, encontrei um rumo novo na vida e precisava escrever.

Nina


domingo, 13 de novembro de 2016

Minha primeira edição de saudade

Da série: tô pagando as dívidas 

Caro leitor, este interlocutor que vos fala tem tanta coisa a dizer, mas, teme que o dedilhar esperto dos teclados, não acompanhe o pensamento acelerado de quem quer tagarelar pelo ano inteiro.
(...)
Me calei em 2016. Será que alguém sentiu falta da nossa retrospectiva 2015? Nunca vou saber, porque cinco mil visitam e cem comentam lá no face (agora vai lá conferir e faça uma regra de três na minha popularidade). Puta que pariu que cheiro de churrasco!!!!! (precisava fazer esta intervenção; cortou meu raciocínio). Me mudei há duas semanas e ainda não fiz amizade com o vizinho. Realidade que vou ter que mudar bem rápido se não quiser morrer pelo olfato! Pura que pariu de novo!!! Acho que é picanha!

Me desculpe pelas palavras chulas aí em cima, mas, acho que já temos intimidade suficiente para isso. Onde estávamos mesmo? Ah, sim! Retrospectiva 2015...

Dois mil e quinze foi um ano e tanto, só que sabe toda aquela magia, que sempre falo, naquela  noite que é exatamente igual a todas as outras, mas, que tem fogos de artifício e traz um sentimento de final de ciclo e início de tudo novo? Pois é, não teve.

Culpa de um namorado contador que tive. Ele dizia que o mês não se encerrava dia 31, que por volta do dia 05 ainda estava organizando movimentos e contas do mês anterior (que po$$@ é essa? Acabar assim com a minha ilusão de que tudo ia recomeçar?). Aí fiquei esperando dar lá pro dia 05 de Janeiro para escrever para vocês.

Porém, tanta coisa de 2015 se arrastou que achei que ele não terminaria nunca. Não consegui fechar minha contabilidade e fui protelando.

Já é novembro, no entanto, talvez eu deva resenhar um pouco mais sobre 2015:

ü  Doze kg a mais;
ü  TCC;
ü  Doze kg a mais;
ü  Meu vestido de formatura;
ü  Doze kg a mais;
ü  Não teve viagens;
ü  Doze kg a mais;
ü  Mas, teve Frutal;
ü  Doze kg a mais;
ü  Meu baile de formatura;
ü  Doze kg a mais;
ü  Não passei na OAB;
ü  Doze kg a mais;
ü  Relacionamentos ruins;
ü  Doze kg a mais;
ü  Os melhores amigos do mundo;
ü  Doze kg a mais;


Se for fazer o balancete (que diabo é essa língua que estou falando?), acho que não devo fazer amizade com o vizinho para comer picanha (“doze kg a mais” lembra?).

Bom, porque eu não consegui encerrar 2015? Estava tudo tão perfeito. TCC aprovado. Provas finalizando; nenhuma dependência. Aula da saudade. Meu bom emprego. Meu baile de formatura... onde estava o erro?

Fato é, e estou aqui para admitir, que recusei-me a fechar 2015, porque não havia passado na OAB. 

O que adiantava o baile, o diploma e não ser “nada”? Preconceito ridículo, eu sei!! Porque ser bacharel em direito te faz ser grande da mesma forma, e nem todo mundo que tem OAB é alguma coisa. Mas, “aquilo” era importante para mim.

Aceitar o fato de que trabalhei os cinco anos da faculdade e de que deixei o TCC para o ultimo ano, porque havia sido promovida no 8º semestre, não mudava em nada a minha cobrança pessoal sobre o meu fracasso.

Então, eu não podia vir lhe dizer isto, leitor. Desculpe-me.

Eu ia deixar para condensar isto no dia 31 de dezembro 2016, que é quando todas as coisas se consolidam para recomeçar. Mas, vou ter tanta coisa para dizer sobre 2016, que já passou de hora de honrar este debito e vir dizer que eu estava com saudade.

Só para constar: meu 2015 se encerrou em 11 de outubro de 2016, quando olhei meu nome na lista dos aprovados.

(Esta carne cheirando pra caramba!! Tá bom, parei!).
Dica de 2015: não namore contadores. Eles são calculistas e vão bagunçar seu calendário. 

Obs: este ü aí em cima era para ser um marcador, mas, não consegui editar. Não me condenem, sou loira! Se os "meninos" de TI quiserem me ajudar, deixem a solução nos comentários.