Por muitas vezes achei que a vida
era feito um círculo: uma caminhada de progresso, mas, que hora ou outra, me
remeteria de volta aos mesmos lugares. Hoje enxergo a vida mais retilínea do
que jamais enxerguei.
Não sou eu tão boa pra falar de
geometria, talvez eu me perca na metáfora enquanto escrevo, e para as minhas confusões
eu peço licença e perdão, meu caro leitor. Peço que talvez releia do começo, e que
coloque em ti, olhos de quem vê, pouco a pouco, pequenos círculos se fecharem atrás
de si.
Não que o ponto final de uma
etapa seja sempre ruim. De alguns círculos, porém, sentirei uma eterna saudade.
Várias vezes na vida sentimos que
etapas se encerram, que barreiras são vencidas e que o horizonte se torna convidativo
e instigante para novas batalhas e novas conquistas. Algumas vezes saímos destas
batalhas heróis, mas em outras, no entanto, nós saímos derrotados. Nestas duas últimas semanas passei
por duas guerras: de uma saí em glória, na outra, tiraram um pedaço de mim.
Os almoços de domingo não serão
mais os mesmos, nem as violas emitirão o mesmo som. Aquele “beijinho doce” vai
ficar cada vez mais tristonho, ao perceber que agora falta um anjo de mãos postas
em frente ao altar singelo da sala pequena. E talvez, em preces, eu me perca,
ao me dar conta de que paulatinamente vai se esvaindo de mim, o meu destino regresso.
É tão gostoso saber pra onde ir. Mais
gostoso ainda é saber pra onde voltar. Acontece que chegará um dia que o destino
da volta não será mais o mesmo da partida e, então, você perceberá que a única
coisa que lhe restará será seguir em frente.
- Marina