segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Interrogação


Uma vez, conheci um rapaz que trocava de chapéu toda vez que trocava de namorada.
Um dia, ele chegou com um chapéu novo para me apanhar depois do colégio. Neste instante, percebi que o nosso relacionamento estava chegando ao fim. Depois deste dia duramos nada mais que alguns abraços e poucos beijos.
Como ele sempre passa no meu caminho,  não pude deixar de notar que ele já trocou de chapéu três vezes. Já foi branco, já foi cinza e agora é preto. Me pergunto se a qualidade dos relacionamentos tem piorado gradativamente.


Encontrei este fragmento enquanto estava lendo meu caderninho de rascunhos. Achei muito engraçado quando reli [risos]. Pude perceber o quanto as mulheres podem ser divertidas quando estão com raiva, ou com ciúmes [risos]. Não pude deixar de postá-lo.

De volta à terra do Sol

            Demorei um pouco para me deslocar da minha comodidade e ir a uma das peças do Festival de Teatro, acho que porque eu sabia que o tapa que eu ia levar na cara ia ser imenso.
            Cheguei cansada de viagem na quinta-feira e não tive ânimo. Na sexta quis ir ao cinema com um amigo do tempo de colégio, e quando fui trocar os alimentos não perecíveis pelos ingressos das peças que queria assistir, muitos deles já haviam acabado. Por sorte consegui ir a uma peça, Deus e o Diabo na terra do Sol, de uma universidade cujos grupos de teatro sempre me encantam. Dessa vez não seria diferente...
            Porém, creio que o efeito devastador teria sido o mesmo, o bofetão teria sido tão forte e tão dolorido como foi,  independente do espetáculo. Como disse, acho que adiei tanto porque sabia exatamente como iria ser.
            Quando entrei no teatro, abriram-se as cortinas e a peça começou, eu estava diante de tudo aquilo que eu fui e não era mais. De todos os meus sonhos, de todas as minhas vontades, de todos os meus gostos e de tudo aquilo que eu amo. Não só o palco e o teatro, mas tudo mesmo, que venho abrindo mão ao longo dos anos. Estava diante de mim, lá atrás, crente e feliz!
            A questão não foi só relembrar o tempo em que a cena também era minha, os gestos eram meus, as caras e bocas faziam parte do jogo e os aplausos também eram pra mim. A questão foi lembrar como tenho deixado que as coisas aconteçam, como tenho permitido a vida passar, como tenho mentido pra mim mesma, como tenho colocado obstáculos pra tudo, como tenho deixado de viver e apenas existido. Existido na esperança de que algo aconteça, de que o roteiro, de alguma forma, talvez seja mudado.
            A questão foi perceber como não tenho me aceitado exatamente como eu sou, e de como tenho me agarrado às perdas e às frustrações da vida e de como tenho deixado as vitórias de lado, como se fossem obrigações, conseqüências e não algo realmente relevante.
            A questão foi redescobrir, ou “reperceber” que eu ainda tenho todos os sonhos do mundo; e que está na hora de virar a página. Mas, não a página dos velhos amores, dos velhos amigos ou das velhas profissões, não é isso! Está na hora de virar a página de mim mesma, de me recriar, de me “redirigir”.

            Reentrar em um lugar onde fui tão feliz, me fez perceber o quanto tenho sido tola. Ver meu sorriso lindo no espelho quando cheguei em casa, fez com que eu me amasse de novo.
            Não tenho gostado do que venho me tornando. Desde o início deste ano acho que tenho querido inverter a ordem das coisas e tenho metido os pés pelas mãos: deixei de confiar nas pessoas e deixei de confiar em mim; ignorei quem eu sempre fui, virei as costas para minhas qualidades e quis exigir do mundo aquilo que nem eu estava me oferecendo: oportunidades.
            Me fechei nas minhas imperfeições e construí o meu mundo: “fechado para visitações”. Mandei quem estava nele ir embora e não permiti que mais ninguém se aproximasse. Passei a me sentir autossuficiente e péssima companhia. Paradoxal. O mundo era meu, mas não me pertencia; caminhava sobre ele feito alguém que anda porque tem pés e pernas, mas, não sabe para onde vai. Mirava algo a anos luz que me traria “a” felicidade, mas ignorava o meu momento feliz. Deixei de curtir o meu momento para fazer outras pessoas felizes, deixei de fazer as minhas escolhas para viver o que escolhiam pra mim, deixei de acreditar que daria certo porque outras pessoas diziam que não daria.
Olhando para trás, acho que há quatro anos não me preocupo mais com o que eu quero e acabo me contentando com o que os outros, ou com o que o “destino” quer pra mim.

            Quando saí na sexta com meu amigo de colégio, depois de muita conversa, ele me disse que eu era a errada da história, embora eu tivesse dificuldades para enxergar e admitir isto.
            Então, eu admito. Estou errada. E tenho errado há anos. Tenho sido ignorante diante de como a vida realmente funciona: não estou no centro do palco e nem vou ser aplaudida sempre; vou esquecer as minhas falas de vez em quando , e vou “quebrar a pena” algumas vezes, mas o que realmente importa é que eu sempre vou ser a melhor atriz, da melhor forma que eu puder ser, da minha peça. Porque o espetáculo é só meu! Pertence apenas a mim. E me apetece fazer o roteiro e saber lidar com os improvisos.
            Está na hora de me aprofundar nos orifícios da minha consciência e de redefinir o meu mundo. Que venha a vida real, com todos os meus medos e apreensões...

            Virei a página e comecei a me reescrever. Espero que agora eu use as cores certas e dê o tom quem de fato deva dar, para que eu volte a me amar, como estou me amando neste momento e como, durante tanto tempo, me amei. 

pra combinar:

sábado, 15 de outubro de 2011

Viagenzinha de início de semana


No início dessa semana, resolvi acompanhar minha mãe em uma viagem ao interior de São Paulo, para visitar meu irmão. Como toda viagem, esta também aconteceu coisinhas intrigantes que vou compartilhar com vocês...

Fazia dias que não chovia por aqui. Saímos logo depois do almoço no domingo e o sol estava de matar, pegamos uma estrada nova que vai para Uberaba e minutos depois o clima começou a mudar. Eu achei muito engraçado porque me veio a cabeça uma lembrança inusitada e eu passei a me sentir parte de uma pintura do Van Gogh [risos]. A estrada estava deserta, a paisagem era composta por capim seco de ambos os lados e o céu estava "preto" de chuva, me senti literalmente dentro do quadro Campo de Trigo (sem corvos) do Van Gogh. Viajei dentro desse quadro por quase uma hora, até que o céu veio a baixo e borrou toda a pintura com a sua chuva torrencial. 

 Chegamos em São Carlos já era noite e eu estava exausta. Meu irmão é estudante universitário e mora em um quartinho de mais ou menos 20 m² muitos sedutores e eu me atirei em um cochãozinho por ali mesmo e "capotei". A noite foi tranquila e com muita chuva. Aproveitei que estava a quilômetros de distância de todos os meus problemas, sem net e sem ninguém conseguir me achar no celular (porque eu estava sem créditos e não dava pra cobrar deslocamento, hehe ), para hibernar e dormi por horas e horas... Minha mãe resolveu me tirar da cama, assim que a chuva parou, para irmos dar uma voltinha pela cidade. São Carlos é uma cidade muito engraçada, ela é dividida, creio que não intencionalmente, em setores. Se você está na seção loja de roupa, você não vai encontrar farmácias, se você estiver na seção farmácia, você não vai encontrar lojas de calçados, e se você quiser ir a um banco, todos, de todas as agências, estarão na mesma rua. "Batemos pernas" a tarde inteira e fizemos algumas compras - detalhe, Patos de Minas é uma cidade onde compramos coisas a preço de ouro, vá a São Carlos de malas vazias e faça a festa!

Na hora de voltarmos pra casa, meu irmão, sugeriu que passássemos por dentro da Universidade para conhecermos o Campus, ele estava empolgado e queria mostrar cada detalhe. A USP de São Calos é linda - enorme, mas linda - e foi realmente muuito divertido conhecer TODOS os detalhes. Já ouvi dizer que Patos é a cidade das mulheres bonitas, se existe este conceito, definitivamente São Carlos - pelo menos nas imediações universitárias - é a cidade dos homens lindos. Quase desfiz minhas malas e fiquei por ali mesmo. Estatisticamente falando, enquanto aqui há dois homens bonitos para cada dez, lá há sete lindos e três "pegáveis" para cada dez [risos]. Como carne nova no pedaço é sempre carne nova no pedaço, estava me sentindo a última coca-cola do paraíso! [mais risos] 

 De volta ao quartinho do meu irmão hibernei novamente por horas e horas até o dia seguinte. No qual hibernei por mais horas e horas. Estou com serias dificuldades para dormir aqui em casa e acho que queria tirar o atraso, não podia ver um cantinho um pouco chamativo que me acomodava e em minutos estava "roncando" . Só saí de casa na terça-feira, porque choveu o dia todo, para ir até a padaria da esquina tomar um café (bem forte) pra criar vergonha na cara e ficar acordada.
 No dia seguinte era dia das crianças e fomos pro parque da cidade, caminhar debaixo do sol e ver os bichinhos do Zoológico. Achei um máximo! O urso sabia que era estrela e ficava fazendo pose pra platéia, os macacos eram hiperativos, a onça pintada era linda, e eu vi em tempo real o nascimento de uma Ema.  Mas a parte mais legal, foi o cantinho da Patagônia, onde tinha vários animais que eu nunca tinha visto "pessoalmente". Os pinguis estavam com calor ( eu tenho certeza), as Alpacas estavam com vergonha e não apareceram, já as Lhamas estavam sem vergonha e aproveitaram para dar uma demonstração de sexo selvagem [ muitos, muitos risos] !! As gaivotas estavam estressadas e os Guanacos estavam na deles, acho que pelo fato de que ninguém conseguiu compreender a real diferença entre um Guanaco e uma Lhama. 

Fim do dia divertido começou a choradeira da minha mãe, inconsolada de deixar o filho pra trás. Pegamos o ônibus para Ribeirão Preto as oito da noite. Antes de embarcar, lá na rodoviária mesmo, já havia notado a presença uma menina muito escandalosa a uns dois metros da gente, quando a criatura entrou no ônibus, o mesmo que o meu, pude perceber que ela estava completamente drogada - ela não parava de rir nenhum minuto,  conversava, muito alto,  com sua amiga de poltrona e eu tive que ouvir ela contar umas três vezes a piada do pintinho maconheiro que não estava " tintindo nada " . 

 Daqui pra frente não aconteceu nada de mais na minha viagem. Chegamos em Ribeirão as 21:30 mais ou menos, e ficamos esperando o ônibus até as 00:40. Na rodoviária não tinha nada de divertido pra fazer e eu fui ensinar minha mãe a jogar Sudoku no celular [foi hilário]. Chegamos a Patolândia umas nove horas da manhã, e adivinhem, não consegui mais dormir direito...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Encargo

foto: http://saltonanoite.blogspot.com/

"Pois assim penso: que cada um tem uma missão na vida, que cada um nasceu para uma coisa diferente, um encargo que um dia ele saberá qual é. Uns para amar, outros para serem amados, outros para viver apenas e cumprir o que a natureza nos pede, outros para nos fazer sofrer, e outros ainda não para viver, mas para dedicar a alguns a sua vida, mesmo que esta não tenha valor algum, mesmo que se seja para carregar uma lamparina somente, mas que seja com tão imenso amor, que ela se torne o Sol a todas as montanhas. " 

A Lanterna Mágica de Jereminas - Luís André Nepomuceno

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Diferente de Steve Jobs, eu sempre fiz as escolhas erradas..

a UFRJ me quer !!! 

Hoje quando entrei no e-mail havia cinco, 5 , e-mails da UFRJ que dizia: 

"No próximo dia 11/10/2011 ( terça- feira), às 18:30, na sala 407, será realizada prova de monitoria para a disciplina Direito do Trabalho. Os interessados deverão comparecer na referida data para a realização da prova, não sendo necessária prévia inscrição. "

# Se a UFRJ não parar de me mandar e-mails com propostas de uma "vida melhor", eu vou pular da ponte do Rio Paranaíba! ..

- Como hoje a primeira coisa que fiz na hora que entrei na net foi assistir ao discurso do Steve Jobs para os recem formados em Stanford, ainda estou com a esperança de que os pontos sejam ligados lá na frente ... =/